
Armas usadas no período colonial até a guerra do Paraguai, passando pelos grandes conflitos que abalaram a República. Pistola, escopeta, revólver, carabina e espada são algumas peças que ilustram a exposição “Armamentos Antigos”, realizada na Casa do Trem Bélico, no Centro Histórico.A mostra destaca um verdadeiro arsenal bélico, com peças de vários tamanhos e estilos, que foram utilizadas pelo exército brasileiro em confrontos históricos. Quem visitar a exposição poderá encontrar algumas relíquias, como a “Clavina Spencer”, que ganhou notoriedade na Guerra do Paraguai, sendo a protagonista do último tiro do confronto que matou o marechal Solano Lopes, comandante das tropas paraguaias.Com uma tecnologia avançada, a Clavina era uma arma considerada “revolucionária”, no final do século 19, que utilizava cartucho metálico e permitia a repetição dos disparos.Foi a primeira arma de retrocarga que surgiu no continente, o que permitia ao soldado recarregar a munição enquanto estava deitado. Um simples detalhe, que era decisivo na linha de combate. Todas as armas de recarregar pela boca exigiam postura ereta para isso, tornando o atirador um alvo fácil do inimigo.A mostra é composta por peças da coleção do professor Aldo João Alberto, professor de engenharia, membro do Instituto Histórico e Geográfico e apaixonado pela história militar do País.
Além das armas de fogo, a exposição reúne diversos acessórios utilizados pelas Forças Armadas Brasileiras, como coldre, capacete de aço, explosivos, diplomas, medalhas, além de imagens de fardas de diferentes períodos da história do Brasil.
“Cada peça revela detalhes importantes da história do país, desde as guerras históricas até a evolução do armamento utilizado pelo exército brasileiro”, destaca o professor. “Infelizmente a história militar é desprezada por muitos pesquisadores, em pinturas antigas e até mesmo nos filmes nacionais que retratam o passado”.
Para o professor esse acervo vai incentivar a produção de pesquisas, por estudantes, historiadores, jornalistas e autoridades que necessitam de um conhecimento mais profundo sobre a história das armas.
No lançamento da exposição, que aconteceu na quinta-feira (21), o prefeito João Paulo Tavares Papa destacou a exposição é mais um passo no processo de revitalização do Centro Histórico, com a valorização dos equipamentos culturais.
“O Centro Histórico se consolidou como um espaço de preservação e valorização da história do Brasil. Com essa exposição, vamos incentivar o trabalho de pesquisa feito nas escolas e também por pesquisadores. Além disso, a Casa do Trem Bélico ganha mais um atrativo para impulsionar o turismo na Cidade”.
Já o secretário de Cultura, Carlos Pinto, salientou o trabalho de restauração na Casa do Trem Bélico, permitindo a valorização do patrimônio histórico. “A Casa foi recuperada e hoje abriga um acervo valioso da história do País”, disse.
“Agora, com a exposição de armas antigas, a Casa vai se tornar um polo de atração turística e visitação no município. Tudo isso integra um projeto mais amplo de valorização da cultura no Centro Histórico: foi assim no Teatro Coliseu, no Teatro Guarany, na Casa do Trem Bélico e, futuramente, no Museu Pelé”.
Para menores de idade
Você sabia que, na época do Império, as crianças também aprendiam a manusear as armas de fogo? Naquela época, foram criadas diversas escolas no âmbito das Forças Armadas, para treinamento de crianças e adolescentes, dos 7 aos 18 anos. Só que os pequeninos não tinham condições de manusear a granadeira dos fuzileiros, era necessário dar-lhe uma arma de menor peso.
Equipamento