Uma das vias mais movimentadas da Cidade, onde circulam diariamente cerca de 10 mil veículos nos sentidos Praia-Centro e Centro-Praia, a Avenida Conselheiro Nébias sofrerá alterações significativas com o advento do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT). Conforme anúncio do governador Geraldo Alckmin em agosto do ano passado, o modal terá seu troncal prioritário — do Canal dos Barreiros, em São Vicente, ao Porto de Santos — expandido a partir do encontro das avenidas Francisco Glicério e Afonso Pena, alongando-se por toda a Conselheiro e pela Rua João Pessoa até chegar ao Valongo. A obra ainda não tem data para iniciar, mas estima-se que em 2014, paralelamente ao troncal prioritário, já entre em operação experimental.
A “nova” Conselheiro Nébias continuará com duas faixas de circulação, mas passará a ter estacionamento proibido nas laterais. Já no trecho que se estenderá entre a ruas Bittencourt e João Pessoa — onde a avenida tem apenas o sentido Centro — só haverá passagem para o VLT. A exceção será para veículos que precisem acessar aos estabelecimentos da via naquele trecho.

Em contrapartida, de acordo com o presidente da CET, Rogério Crantschaninov, haverá um projeto de reurbanização em quatro vias paralelas à Conselheiro (Avenida Washington Luiz e ruas da Constituição/Luiz de Camões, Campos Melo e Silva Jardim) para atender ao tráfego que usava a avenida como eixo único em direção ao Centro. “Haverá melhoria nas condições de circulação de veículos nestas ruas. As calçadas são bem largas e generosas. Elas poderão eventualmente ser estreitadas”, explica. “As intervenções nesses locais serão estudadas com o consórcio que cuidará da construção do projeto”, completa.
Crantschaninov não descarta que em alguma dessas vias a faixa de estacionamento também possa ser retirada, mas garante que isso ainda será analisado. De qualquer forma, já foi levantada a possiblidade da criação de áreas próximas às estações do VLT para estacionamentos de veículos. “A ideia é que a pessoa se desloque até essa área, estacione o carro, prossiga com a viagem pelo VLT e, quando retornar ao ponto de partida, use seu veículo e volte para casa. É uma possibilidade. Mas é importante lembrar que a redução de vagas de estacionamento nas ruas é uma tendência não só pelo VLT. É algo inclusive previsto na Lei Federal de Mobilidade Urbana”, explica o presidente da CET.
Ônibus: linhas terão alterações
Outro segmento que terá reflexos das alterações na Avenida Conselheiro Nébias em virtude do VLT é o do transporte público por meio de ônibus — seja municipal ou intermunicipal. “Uma das premissas é que dois modais semelhantes não concorram entre si. Então, certamente haverá uma redução de linhas circulando na Conselheiro Nébias”, avisa Rogério Crantschaninov. Hoje rodam no trecho Conselheiro-Centro 12 linhas de ônibus municipais (4, 7, 10, 13, 19, 40, 77,80, 100, 154, 155 e 184), duas do transporte seletivo (202 e 205) e quatro linhas intermunicipais (1, 2, 934 e 934X) com destino a São Vicente e Praia Grande. “As linhas atuais serão alteradas para que alimentem o VLT”, complementa.
Um exemplo está no passageiro que deseja ir da Ponta da Praia ao Centro. “Ele pode chegar em qualquer estação de embarque do trecho prioritário do VLT, desembarcar na estação da Conselheiro e embarcar no trem sentido Centro como se faz no metrô, sem cobrança de tarifa adicional”, explica. “Está também em contratação um estudo de atualização da pesquisa Origem-Destino de 2007, para identificar os melhores pontos para integração dos módulos e embarque”, completa Crantschaninov, que garante que a necessidade de adaptação não trará problemas nos contratos firmados com a Piracicabana (coletivo) e Viação Guaiúba (seletivo): “O contrato prevê a integração do sistema municipal ao metropolitano”.
Glicério: troca de faixas
Outro trecho onde o VLT passará e que provocará alterações viárias será o da Avenida Francisco Glicério próximo à esquina do Canal 1 (Avenida Pinheiro Machado) até a Rua Oswaldo Cruz. No local, a pista que hoje segue no sentido Afonso Pena-Canal 1 trocará de lado com a linha férrea — hoje pertencente à EMTU. A mudança se dará por duas razões. “Desta forma, o VLT poderá aproveitar o mesmo tempo semafórico dos veículos, sem que se repita a passagem dos trens de carga no passado, cujo tempo semafórico era diferente e parava o trânsito. Além disso, quebra-se uma barreira que havia entre os bairros, principalmente ao norte, que eram isolados pela linha férrea e agora terão acesso direto à Glicério. Isso vai oxigenar esses bairros”, explica Crantschaninov.
As alterações dizem respeito ao trecho prioritário do VLT, cujas obras devem se iniciar em setembro (em São Vicente, elas já começam em junho). Contudo, algumas vias cortadas pela linha férrea passam por um processo de reurbanização — casos das ruas Visconde de Faria e Visconde de Cairu, ambas no Campo Grande, que serão ligadas, respectivamente, às ruas Rio Grande do Norte e Paraíba. Também de acordo com o presidente da CET, construções que hoje estão presentes na área pela qual passará o VLT, como o Clube de Bocha Orquidário, a sede da Sociedade de Melhoramentos do Campo Grande e o batalhão de Polícia Militar serão remanejadas. Crantschaninov ainda indica que até meados de maio haverá implantação de nova sinalização, mão-única e nova semaforização naquela região.
Boqnews
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