
Uma grife de futebol arte, um sinônimo de beleza nos gramados, um colosso de emoções ao longo do tempo, a pátria de um homem de Três Corações, o reduto de um menino de cabelo diferente que brinca de futebol. Todos os sinônimos acima cabem em uma única palavra: Santos.
Neste sábado, o clube mais vitorioso da história do futebol brasileiro, o que mais marcou gols no mundo, chega aos 100 anos, com um desafio bem claro: tentar repetir as primeiras 100 passagens do calendário, que foram especialmente consagradoras. Se ganhar metade do que conseguiu ao longo deste século, nos próximos dez decênios, será, mais uma vez, motivo de orgulho de sua torcida.
Ah, a torcida do Santos…. Um capítulo à parte, dentro e fora do Alçapão. Com faixas, bandeiras, foguetes, alma, coração, voz, empurra (e empurrou) o Peixe, fosse em momentos delicados, de jejum de títulos e ídolos, fosse para celebrar herois, como Serginho Chulapa, Juary, Giovanni, Robinho, Ganso. Torcida jovem, torcida mais antiga, pouco importa. Santos Futebol Clube é o bem comum, a paixão em comum.
Passado e presente de glórias
Um passeio pelo Memorial das Conquistas impressiona os torcedores de futebol mais desavisados. ‘Tudo isso de troféus?’, indagam. Pois, para quem respira Santos, as comemorações são uma feliz rotina. Isso desde 1935, ano do primeiro título paulista.
A espera de 20 anos por outra conquista de âmbito estadual não intimidou os santistas. Homens de técnica e disciplina, dando sangue com amor. Era o prenúncio de uma Era de Ouro. A escalação era como uma música, daquelas que embalam uma vida inteira. Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe soavam como um só nome: gol. E troféus – entre 1960 e 1969, foram oito paulistas, seis brasileiros, duas Libertadores e dois Mundiais.
Depois de Pelé, o homem de mais de mil gols e uma infinidade de alegrias para os santistas, os troféus minguaram. Vieram em 1978 e 1984, mas, depois, salvo triunfos esporádicos nos anos 90, além do vice-brasileiro de 1995, uma longa fila testava os novos torcedores: valia a pena ser santista?
O novo século garantiu que sim. O tal raio caiu diversas vezes na Vila Belmiro. Em 2002, oito pedaladas colocaram o Alvinegro novamente no mapa das conquistas nacionais. Diego e Robinho brilhavam, e confirmavam a bênção dos céus. E, na virada da atual década, mais meninos eram motivos de risos de milhões de torcedores. A América do Sul era santista pela terceira vez, em 2011. Ousadia e alegria em preto-e-branco
Um Alçapão e outras conquistas
Ser campeão, como se sabe, é praxe no Santos. Mas não só no futebol masculino. O vôlei do Peixe marcou época, assim como as Sereias da Vila, comandadas pela Rainha Marta. Isso sem falar no futsal, do craque Falcão, legítimo campeão do Brasil no ano passado. A Vila Belmiro, esse coração que pulsa, não para de receber campeões.
Ser Santos é privilégio, destino e um acordo com Deus. Um acerto de que, aconteça o que acontecer, o time que usa sempre o branco da paz e o preto da nobreza vai honrar o futebol, o esporte-rei. Nascer, viver, e no Santos morrer é orgulho que dura muito mais do que 100 anos.
A Tribuna
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