Santos está em pleno desenvolvimento. O próximo prefeito encontrará uma nova cidade, com mudanças significativas em diversas áreas. Alteração que começa com a arrecadação municipal: em pouco mais de duas décadas, Santos praticamente triplicou suas receitas, passando de R$573 milhões (valores atualizados), em 1989, para R$1,434 bilhão, em 2009, conforme revelam dados da Fundação Seade.
O desenvolvimento pode ser observado principalmente no crescimento vertical da cidade. Para se ter ideia, atualmente existem 86 empreendimentos imobiliários de porte em aprovação; 84 construídos, com carta de habitação; e 132 em construção, desde 2005, segundo o Departamento de Controle do Uso e Ocupação do Solo e Segurança de Edificações, ligado à Siedi (Secretaria de Infraestrutura e Edificações).
De acordo com estudo do Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi) – que teve o objetivo de quantificar e medir o desempenho de comercialização de residências novas em condomínios na Baixada Santista – de março de 2009 a março de 2012, o total de imóveis verticais lançados em Santos, São Vicente, Guarujá e Praia Grande, acrescido dos empreendimentos remanescentes, foi de 14.270 unidades. Santos aparece com o maior número de lançamentos, com 7.707 unidades, ou seja, 54% do total.
A valorização do metro quadrado também pode ser sentida pelos santistas. Os valores dos imóveis subiram nos últimos anos e estão entre os mais caros do País. No Centro, por exemplo, uma área que no ano passado valia R$ 300/ m² aumentou para cerca de R$ 1 mil a R$ 2 mil/ m².
O boom do crescimento começou, principalmente, após a descoberta de reservas de gás e petróleo na Bacia de Santos pela Petrobras e com a construção da Unidade de Exploração e Produção de Gás e Petróleo, no Valongo, com a previsão de 6 mil vagas de emprego diretos – sem contar os indiretos.
Os novos investimentos imobiliários e empresariais, porém, não tiveram reflexos nos números da população santista. Em 10 anos, a Cidade ganhou apenas 1.417 moradores. O que foi observado em 2011 foi uma migração natural da população nos bairros da Cidade e a valorização de bairros antes esquecidos.
Outras áreas também não seguem o mesmo ritmo de desenvolvimento e precisam ser reavaliadas. É o que acontece com a saúde do Município, que se encontra entre as piores, segundo avaliação do Ministério da Saúde baseada no IDSUS (Índice de Desempenho do SUS) que analisa o acesso e a qualidade dos serviços de saúde no País. A cidade aparece com nota de 5,47, no valor máximo de 10, em estudo realizado entre os anos de 2008 e 2010. Uma contradição para o município que aparece no grupo das cidades mais ricas. Em pesquisa da Enfoque Comunicação/ Jornal Boqnews, realizada de 3 a 7 de junho, com 1.200 eleitores de Santos, grande parte (42%) acredita que a área da saúde deve ser prioridade do próximo governo.
Já o número da frota municipal apresentou nos últimos oito anos aumento considerável, transformando o trânsito da cidade cada dia mais caótico, enquanto projetos importantes como VLT não saem do papel. De 2004 para 2011, a frota cresceu 49%, pulando em 2011 para 250.081. Somente de veículos são 140.313 – ante os 110.187 em 2004. O aumento foi ainda maior em relação à frota de motos, que passou de 24.526 em 2004 para 44.455 em 2011.
Em outras áreas como educação também é possível observar mudanças. A Cidade ganhou no período de oito anos, doze escolas – porém teve o número de estudantes reduzido em aproximadamente mil alunos na rede municipal. No turismo, um dos principais avanços foi a construção de cinco hoteis na Cidade desde 2005.
Boqnews