
Na Virada Cultural paulistana, 30 mil pessoas foram conferir o trabalho do grupo Comédia Em Pé, um dos ícones da retomada desse gênero no Brasil. Agora é a vez dos santistas conferirem o trabalho, amanhã (21 horas) e domingo (19 horas), no Teatro Coliseu.
A promessa é de muitas risadas com quadros como Piada do Dia e Mico Aberto. “No primeiro, o tema vem na hora, e pode ser até os Jogos Olímpicos. No outro, abrimos espaço aos comediantes iniciantes”, garante Cláudio Torres Gonzaga, um dos humoristas do grupo e que tem na bagagem, entre outros projetos, a redação dos programas Malhação, Brava Gente, Sai de Baixo, Sob Nova Direção, A Grande Família e Zorra Total.
Ele prega que ao bom humorista, comediante e redator não podem faltar senso de observação, cultura geral e atualização sobre o cotidiano.
“Indispensável, mesmo, é ser normal. A vida sem problemas não tem graça. Tem que ir ao supermercado, banco, boteco, andar de ônibus… Se perder tal condição, morre sua maior fonte: a ligação com gente comum. Veja como há famosos sem assunto”.
Escrevendo para o programa Os Cara de Pau, Torres terminou – com Celso Tadei – o roteiro do longa Vestido para Casar, que estreia em 2013, com Leandro Hassum.
“Está acontecendo a retomada da comédia, que ficou muito tempo parada. Havia resistência ao nosso cinema. Independente de ação, aventura ou comédia: dizia-se: vou ver filme nacional. O produto tinha virado gênero”. Limite?
Existe a linha, ainda que tênue, que não pode ser ultrapassada por quem faz humor? Como – ou quem – se estabelece o que é grosseria? “A sociedade e, por consequência dela, o mercado”, diz Cláudio.
“Do lado do profissional, o limite é a também disposição do humorista em assumir as consequências. Ele sabe que pode ser criticado, processado e até agredido fisicamente. E que o que faz reverbera de acordo com sua fama”.
O melhor termômetro é o público. “Se a piada não faz rir, se torna ofensiva na hora, e essa sensação fica”. Vale o mesmo para quem faz stand up, estilo que ganhou musculatura nos últimos anos – até ator conhecido se apresenta –, mas longe da saturação.
“Botecos, teatros, diversos espaços são usados, mas não é assim em todo Brasil. Tem gente pegando carona mas isso não é um problema porque vale a competência. O julgamento é na hora. Se o Brad Pitt fizer, no primeiro dia o teatro lota. Não sei se no dia seguinte haverá tanta gente. Os ruins ficam no caminho”.
Nas apresentações em Santos do Comédia em Pé. Torres terá ao lado Camila Vaz (que é santista), Léo Lins, Smigol e Victor Sarro. Ingressos custam de R$ 60,00 a R$ 80,00, na Rua Amador Bueno, 237.
A Tribuna
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