
O Cineme-se – Bienal da Experiência do Cinema chega a sua 7ª edição trazendo uma programação que fará o espectador ter a oportunidade de experimentar novas formas de fazer cinema. Além da exibição de curtas-metragens nacionais, a programação traz o Live Cinema, oficinas e exibições de filmes com música ao vivo no SESC Santos, na Universidade Santa Cecília, Unisanta, e na Escola e Grupo de teatro Tescom.
As novidades desta edição ficam por conta da sessão Catarse, que aborda a interação dos games com o cinema, uma aproximação cada vez maior entre esses dois universos, e a oficina Cinema Digital com Máquina Fotográfica DSRL, onde o participante irá aprender conceitos e técnicas sobre esse modo de fazer cinema.
A bienal possui um caráter cultural e não competitivo, visando exibir curta-metragens e videoperformances que contribuam para o desenvolvimento sociocultural do espectador. A programação foi pensada para estimular a formação de novas plateias, como, por exemplo, a sessão Pirueta, direcionada para o público infantil, a Maratona de Curtas, onde vários curtas serão exibidos de forma contínua, e a sessão Sem Olhar, com curtas em auto descrição para deficientes visuais.
Filmes com interação
No período da noite, ocorrem as sessões Cineme-se, as principais da bienal, sempre às 20h, no Auditório do SESC Santos, com a exibição de três curtas por dia e uma apresentação de cinema ao vivo com performances. Os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência.
A abertura da sessão Cineme-se aconteceu nesta quarta-feira (28) com a exibição de Como Assim?!…, dirigido por Eduardo Ricci. A obra convida o espectador a questionar sua própria identidade em tempo real, com apelos sensoriais e sinestésicos. Nessa rede de intersecções, o espetáculo insere-se em um contexto rico de referências ao mundo atual e a filmes de cineastas como Stanley Kubrick, Pedro Almodóvar e David Lynch.
O trabalho propõe uma suspensão do cotidiano a partir de performances audiovisuais que buscam, no instante da projeção, a composição da estrutura narrativa, com participações do diretor e de Alexandre Magno, Erika Karnauchovas e Fabiana Miler. Após o espetáculo, haverá sessão de curta-metragens.
Na quinta-feira (29), será apresentado Jogos de Guerra, vídeo-performance inédita cuja proposta é questionar a presença da violência na sociedade através de uma narrativa audiovisual. Fragmentos de telejornais se fundem a imagens gravadas pelos artistas e irmãos Paulo e Lucas Gervilla em países que tiveram suas histórias modificadas devido a grandes guerras, como Alemanha, Inglaterra, Croácia e Finlândia. Esses registros se fundem a outras referências imagéticas, tais como trechos de filmes de guerra, westerns e desenhos animados.
O trabalho sugere a fusão de uma narrativa documental com videografismo. O mesmo conceito de colagem também está presente na trilha sonora, criando uma atmosfera densa. Riffs de guitarra são executados ao vivo e remixados com banco de dados dos artistas. Falas extraídas de filmes, noticiários e campanhas políticas também são utilizadas. Antes da performance haverá uma sessão de curta-metragens.
Na sexta-feira (30), às 20h, de volta ao Auditório, ocorre a apresentação de H3O, com Paloma Oliveira, Caio Bonvenuto e Mateus Knelsen. Uma performer improvisa um texto enquanto mergulha a cabeça em uma bacia transparente com água, como que tentando afogar-se sucessivamente. O texto emerge a partir da relação da performer com a situação proposta. Ela é monitorada por microfones e câmeras, que geram um banco de dados audiovisual e que é processado em tempo real pelos dois outros componentes da ação.
H3O propõe o corpo como input, um experimento simples acerca de uma ação cultural básica em um meio adverso. A mediação deste ato performático propõe uma discussão das interferências dos meios na capacidade expressiva: os canais que transmitem e, simultaneamente, calam. Antes da performance haverá sessão de curta-metragens.
No sábado (1º) é a vez Kynorama Glauber Machine, poema sinfônico-épico-anarko-futurista, uma transcriação eletrônica da obra de Glauber Rocha feita por Pedro Paulo Rocha, Fernando Falcoski e Caleb Mascarenha. Eles re-criam ao vivo o universo fílmico do Cineasta com fragmentos de cenas e sons dos filmes, desenhos, poemas, restos de filmagens do cineasta, tecendo novos sentidos narrativos e sensoriais, fazendo personagens dialogarem entre si.
Com grafismos e remontagens, eles passam pelos primeiros filmes do cineasta (Pátio, Barravento) até os mais conhecidos Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e Dragão da Maldade, além dos filmes pouco conhecidos Câncer e Di e também os filmes de exílio O Leão de Sete de Cabeças, Cabeças Cortadas e seu filme mais polêmico, A Idade da Terra.
No dia de encerramento haverá também a sessão da meia-noite, onde serão exibidos curtas contextualizando o cinema underground e o erotismo no cinema, fechando a noite com performances e uma apresentação musical do grupo Multiversos.
Oficina
Nos dias 29 e 30, às 15h, no espaço Internet Livre, será realizada a oficina Direção de Fotografia com Máquinas DSRL, sobre a composição vídeo-fotográfica com máquinas DSRL híbridas. Serão realizadas atividades acerca dos principais conceitos do cinema a partir da linguagem e estética fotográfica.
A Bienal
Cineme-se é uma bienal com foco na experiência do cinema e do audiovisual junto às novas tecnologias e suas convergências híbridas. Seu objetivo é estimular a formação de novas plateias para as múltiplas formas de fazer cinema hoje e promover um maior intercâmbio entre realizadores, pensadores e espectadores do audiovisual multimídia. A fotografia no cinema é o tema central das ações culturais desta edição.
A Bienal é realizada pelo Sesc Santos e Universidade Santa Cecília (UNISANTA), com apoio cultural do Cineclube Lanterna Mágica, Vídeo Paradiso, Okida Design, Tescom, Ricci Filmes e Santa Cecília TV Educativa. A entrada em toda a programação é gratuita. Para as sessões de Live Cinema é necessário retirar ingressos com uma hora de antecedência.
Boqnews
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