
A vida do mais importante personagem da política santista do século 20 está contada nas páginas de “Tarquínio– Começar de Novo”, livro escrito pelo jornalista Rafael Motta, que será lançado dia 27, no salão nobre da Prefeitura —que, aliás, leva o nome de Esmeraldo Tarquínio.
Produzido após um ano e dois meses de pesquisas e entrevistas, a obra relata a trajetória desse personagem e a permeia com acontecimentos históricos, sociais e políticos de Santos, do Estado e do Brasil, entre as décadas de 1910 e 1990, antes do nascimento e depois da morte de Tarquínio.
Político popular entre as massas e habilidoso entre seus pares, Tarquínio foi um personagem cuja história renderia um bom longa metragem.
Nascido em 1927, em São Vicente, perdeu o pai aos 7 anos e começou a trabalhar aos 8. Adolescente, despontou como cantor de músicas norte-americanas em uma orquestra —modo de sobrevivência paralelo ao trabalho como despachante aduaneiro e, já adulto, enquanto advogado nesse segmento.
O início da carreira política própria foi uma evolução natural de quase 15 anos de militância, com destaque especial para o apoio permanente a Jânio Quadros – prefeito de São Paulo e, por oito meses, num tumultuado mandato, presidente da República. Tarquínio foi o candidato a vereador mais votado em seu partido, em 1959, e, três anos depois, conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
O Golpe de 1964 e a postura oposicionista de Tarquínio lhe trouxeram problemas. Eleito em 1968 o primeiro e único prefeito negro da história de Santos, foi cassado um mês antes de tomar posse. Antes e depois do Golpe de 1964, era vista pelo governo como fonte de “subversão”por causa da organização e da consciência política e trabalhista de seus habitantes.
Teve seus direitos políticos suspensos até 1979 – o que o transformaria no símbolo da luta para a recuperação de um direito tomado dos santistas, o de eleger diretamente seus prefeitos. Mas ele não voltaria ao cargo: morreu em 10 de novembro de 1982, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC), a cinco dias de um retorno tido como certo à Assembleia Legislativa.
Sobre o autor – Rafael Motta (Santos, SP, 19 de dezembro de 1978), 33 anos, formou-se em Jornalismo pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), em 2000. Trabalha desde os 14 anos na área de Comunicação, quando obteve seu primeiro emprego, sem registro, na Rádio Clube de Santos, em 1993. Atuou em outras emissoras de rádio, produções em vídeo para emissoras de TV locais, programas de vídeo pela internet e reportagem.
Trabalha desde 2000 com jornalismo impresso, quando ingressou no jornal ‘Diário do Litoral’, e desde 2006 está no jornal ‘A Tribuna’, onde foi repórter, colunista político e é, atualmente, subeditor do caderno Local. Mantém o blog ‘Reexame’ (www.reexame.blogspot.com), onde comenta, sobretudo, assuntos políticos e socioeconômicos. Também é colaborador do portal UOL Notícias (www.uol.com.br) em Santos. Em 2009, recebeu voto de congratulações da Câmara Municipal, proposto pela vereadora Telma de Souza, pela reportagem ‘O tempo que ainda não recuperamos’, alusiva aos 40 anos da cassação do mandato e dos direitos políticos do ex-prefeito eleito Esmeraldo Tarquínio.
Jornal da Orla
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