Dois navios e um submarino são atrações no Porto de Santos

A primeira de uma série de três embarcações da Marinha do Brasil que vão reforçar a ronda na costa nacional está aberta à visitação pública entre sábado e domingo, das 14 às 17 horas, no Cais da Marinha, entre os armazéns 27 e 29 do Porto de Santos. Trata-se do navio patrulha oceânico (NPaOc) Amazonas, que foi incorporado à Armada para aumentar a segurança na área de extração do petróleo da camada pré-sal.

Durante a visita, a população terá acesso às áreas externas, aos armamentos, ao convés de voo e a duas lanchas que fazem parte da estrutura da embarcação. A entrada é gratuita.

Além do NPaOc Amazonas, o veleiro Cisne Branco poderá receber visitantes durante todo o fim de semana, também entre 14 e 17 horas . O navio tem a missão de representar o Brasil nos eventos náuticos nacionais e internacionais, divulgar a mentalidade marítima e preservar as tradições navais.

O Cisne Branco está em Santos para participar da premiação dos alunos classificados no concurso de redação elaborado durante a Operação “Cisne Branco”, atividade dirigida pela Marinha do Brasil com o propósito de despertar nos jovens e professores o interesse pelos assuntos ligados à área naval do Brasil.

Marinha

Já o submarino Tikuna, que fica em Santos até a próxima segunda-feira, não será aberto à visitação. O NPaOc Amazonas e o submarino Tikuna foram trazidos ao Porto de Santos para uma operação conjunta das três forças armadas brasileiras, a Atlântico III. Ela reúne Exército, Marinha e Aeronáutica em uma espécie de simulação de confronto nacional.

Nesta missão,  empregará dois navios escoltas, dois navios de apoio, dois submarinos, três navios-patrulha e seis helicópteros. O Exército participará com 96 viaturas leves, 101 viaturas de transporte,nove viaturas blindadas e nove ambulâncias. Já a Força Aérea utilizará um helicóptero, quatro aeronaves de ataque, cinco de patrulha e cinco de transporte.

A Tribuna

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Curso gratuito dá dicas para quem quer trabalhar a bordo

Nos próximos dias 21 e 22 de novembro, a Fatto Brazil, empresa especializada em treinamento para trabalhadores de hotéis e tripulantes de navio, realizará o curso gratuito Navegar é Fatto, das 19h às 22h.

Com duração de dois dias, a atividade é direcionada a jovens e adultos e oferece noções de recursos humanos e marketing pessoal, benefícios e salários. Os participantes também terão introdução às funções de governança, bar, restaurante, vendas e fotografia. Além disso, durante as aulas, será abordado o dia a dia de um tripulante e o mercado de trabalho de cruzeiros marítimos.

No segundo dia de aula, as aulas práticas serão realizadas no laboratórios da escola, que simulam os espaços que os tripulantes trabalham a bordo. Os laboratórios da Fatto são extremamente ricos nos detalhes e oferecem toda a tecnologia dos bares, unidades habitacionais e restaurantes da hotelaria internacional de luxo.

São 30 vagas disponíveis e não é necessário ter conhecimento em idiomas para frequentar as aulas. As inscrições devem ser feitas pelo telefone (13) 3288-2258, ou pessoalmente na Fatto Brazil, localizada na Rua Euclides da Cunha, 105 – Gonzaga.

 

A Tribuna

Expedição Interoceânica rumo ao Pacífico sai de Santos com 12 motociclistas

Santos foi o ponto de partida da 2ª Expedição Interoceânica 2012 realizada na última quinta-feira (15), pela manhã, no Emissário Submarino (praia do José Menino) visando a integração terrestre entre os oceanos Atlântico e Pacífico, ligando Brasil e Peru.

Doze motociclistas de vários pontos do País participaram da largada, eles levarão 17 dias, percorrendo 12 mil km, até chegar a cidade de Matarani (Peru) na Costa do Pacifico. O evento, que contou com a presença de várias autoridades, também tem por objetivo divulgar a moderna rodovia interoceânica, estimulando o turismo, conhecer a realidade logística e sócio-econômica das regiões, além de estreitar os laços de amizade entre os dois países.

Os participantes levaram ainda um galão com água do mar de Santos, que será despejado no Pacifico, num ato que simbolizará a união dos dois oceanos. A promoção é do Governo do Acre em parceria com o Grupo Star (Concessionária Honda) e apoio da Embaixada do Peru e da Prefeitura de Santos.

A expedição percorrerá uma rota turística internacional que conta com ecossistemas e biodiversidade envolvendo as regiões do Pantanal, Amazônia e Andes Pacifico. “Os pilotos viajam de dia e descansam à noite. Em cada local de pousada há uma infraestrutura e mais motociclistas vão se incorporando ao grupo. Acredito que até chegarmos a Matarani, no Pacífico, devemos contar com quase 50 participantes”, explicou Oswaldo Xavier Dias, idealizador do evento e diretor do Grupo Star.

O trajeto passa pelos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre (Rio Branco). No Peru envolverá a cidades de Puerto Maldonado, Puno, Arequipa, Cusco e Matarani. “Percorrer a estrada, sentir o vento no rosto, observar as diversidades geográficas e receber carinho das pessoas nas cidades é algo indescritível”, destacou o piloto paulista Edivaldo Aparecido Domingues, acostumado a aventura e que viaja com a esposa na garupa da moto.

A rota interoceânica, que agrega conexões com as vias BR 364 e BR 317 (em especial no Acre), torna-se um caminho mais rápido para as exportações do Brasil rumo ao Pacifico. “É um dos eventos mais importantes em termos de integração com Brasil e reforça os laços de amizade”, destacou o embaixador Peruano, Jorge Bayona.

Para a Secretaria de Turismo e Lazer do Acre, Ilmara Lima, a escolha de Santos como ponto de partida da expedição deve-se também pela importância estratégica do Porto. “É o maior da America Latina, inserindo agora uma nova rota terrestre que reforça os segmentos turísticos e econômicos com reflexos no Acre, que têm uma forte Zona de Processamento de Exportação”. Já para a secretária de Turismo de Santos, Wânia Seixas, a expedição pela estrada interoceânica, além da integração com o país vizinho, abre, também, novas possibilidades turísticas. “Pode-se sair de Santos e ter uma opção terrestre com moto, carro ou ônibus, para se chegar ao Pacifico”, explica ela. O evento de quinta-feira também contou com a presença de representantes dos governos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

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Importância da negritude em Santos

Santos é uma cidade de vanguarda e preserva, nas suas ruas e avenidas, grande parte da história de desenvolvimento do Brasil. Muito graças ao seu Porto, que foi, por muitos anos, à época da colônia e do Império, a grande porta de entrada e saída de pessoas de diversos lugares do mundo, que passaram a viver nas terras tupiniquins. Muitos deles foram negros africanos, escravizados por muito tempo.

Mas foi aqui também que o movimento abolicionista ganhou forma e força, muito por conta da colcaboração de pessoas que lutavam em prol dos negros. São homens e mulheres que deixaram marcas na cultura e na história santista e que, nesta semana quando se celebra o Dia da Consciência Negra, e se cultua a memória de Zumbi dos Palmares, são lembrados com maior destaque. Foram negros e negras que se destacaram na política, no jornalismo, na cultura e no esporte, deixando a sua marca também na gastronomia, nas artes e na música.

A Cidade possuiu quilombos (área de refúgio dos escravos, africanos e afrodescendentes) representativos, como o do Pai Felipe, na Vila Mathias – onde está, atualmente a garagem da CET, e o do Jabaquara, que foi liderado por Quintino de Lacerda e chegou a receber mais de 10 mil negros.

Ubirajara Hilário Campos, popularmente conhecido como Bira, é o presidente do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Cultura Negra. Milita na área desde 1965, quando, pelas mãos de Dráuzio da Cruz, foi para a Império do Samba. Ele afirma que hoje não há um local físico na cidade que represente a importância dos afrodescendentes no desenvolvimento do Município.

“Talvez a área onde estava o quilombo do Pai Felipe. No centro da Cidade, perto da Alfândega, havia um pelourinho, que era o sinal do poder do Império e hoje não há nem isso. Falta um ponto representativo”, afirma, destacando que há a ideia de se construir um memorial.

Uma das únicas manifestações culturais que ainda sobrevivem, segundo Bira, é o samba. “As escolas são símbolo da resistência do tempo. No esporte, temos a capoeira também, além de outros atletas de destaque, até recordistas sulamericanos”, destaca.

Do passado, o coordenador faz questão de destacar fatos importantes vinculados à negritude. “O Teatro Guarany foi um dos locais da resistência negra na Cidade, onde se entregavam as cartas de alforria.
Do quilombo do Pai Felipe, no Jabaquara, saiu o primeiro desfile organizado de Santos, comemorando a libertação dos escravos no dia 13 de maio” Também aponta Maria Patrícia, que era auxiliar de Silvério Fontes e realizava partos, e o jornalista Juarez Bahia como símbolos de lutas pela raça.

“Os negros não são considerados imigrantes, diferentementes de japoneses e italianos, porque eles foram sequestrados da África para o Brasil. Muita coisa ficou no meio do caminho. Não temos como cidade-irmã de Santos um município africano. Os clubes negros, como o Ébano, Quitandinha, que escolhiam as banquinhas do café, não existem mais”, lamenta Ubirajara.

Esporte
Ao falar da questão esportiva, não há como deixar de recordar dos negros que, vestidos com o manto branco santista, brilharam em todo o mundo. “Talvez sejamos a única cidade do planeta a ter três campeões mundiais: Pelé, Edu e Joel”, conta Bira. Além deles, Milton José Ribeiro, o Mono, José Pereira Filho, dentre alguns atletas.

A capoeira também tem papel de destaque. Cícero Tatu é um dos mestres mais conceituados na Baixada Santista. “O primórdio da capoeira em Santos aconteceu no Monte Serrat, quando os escravos se reunião para fazer o samba-duro (mais informações na página 7). Depois, houve o surgimento da capoeira organizada, por meio do Mestre Sombra. Ele a levou para o exterior, aliás”, enfatiza.

Política
Na questão política, os negros também tiveram destaque. Tatiane Evangelista, uma das responsáveis pela Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e Étnica (Copire), órgão da Prefeitura de Santos, destaca dois personagens que fizeram história: Quintino de Lacerda, que foi o primeiro vereador negro de Santos e responsável por coordenar o quilombo do Jabaquara, e Esmeraldo Tarquínio, eleito prefeito em 1968 e cassado 48 horas antes de assumir o mandato.

“Foram as figuras mais emblemáticas, com certeza. Mas, além deles, há outros negros e negras que foram vereadores e ocuparam papeis de destaque na política santista”, ressalta ela. Dos atuais 17 edis, apenas um é descendente de negros.

Alzira Rufino, escritora e presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra, é uma das autoridades mais respeitadas no País sobre o assunto. Ela também lembra que Santos foi um dos primeiros municípios do País a criar um conselho público voltado, especificamente, aos afrodescendentes. “Santos teve um trabalho destacado nesta área, muito por ter abrigados três quilombros”, diz.

Mas todos são unânimes ao afirmar que falta mais atuação dos negros na política. E que isso acaba sendo refletido na própria sociedade. “A participação em cargos eletivos até acontece, mas a maioria não assume que é negro. Eles também não abraçam a causa e a sociedade não os enxerga desta forma”, opina Tatiana.

“Santos é uma cidade pioneira em lutas e de vanguarda democrática, mas é elitista e conservadora. É algo que preocupa não ter mulheres ou negros no Legislativo, por exemplo. Não adianta falar somente no dia 20 de novembro e não se tocar mais no assunto”, completa.

Alriza Rufino reforça a tese. “O trabalho hoje é frágil porque não temos representantes. Acho que devemos ter um novo olhar para a questão racial e para a cultura negra”. Para ela, o trabalho de fortalecimento dos negros na política e na sociedade deve ser norteador por três ações: apoiar, fortalecer e respeitar”.

O presidente do Conselho, Bira, destaca que as minorias não estão representadas hoje na política santista. “Precisamos ter mais participação, com certeza. Espero que, nos próximos anos, a nossa questão seja discutida de forma mais profunda na Cidade”, defende.

 

Boqnews

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