
Paulo Consentino, artista santista tem, no futebol, a inspiração maior de seus trabalhos. É ele, por exemplo, que assina o mural que homenageia o centenário do Santos, pintado nos muros do CT Rei Pelé. A obra foi concluída em setembro, e já em outubro Consentino deu início a outra empreitada, mais uma vez relacionada ao futebol: transformar em arte as 12 arenas da Copa do Mundo do ano que vem e 18 tradicionais estádios do País. Nasceu assim a série “Arenas Brasileiras”, que deve ser apresentada ao público já a partir de março, em formato digital (para celular), posters e mini-posters.
Antes de iniciar a série, Consentino já possuía, em seu acervo, reproduções de estádios como Vila Belmiro, Pacaembu, Morumbi, Palestra Itália e Maracanã – redesenhados para o novo projeto. A boa receptividade das obras fez com que surgisse a ideia de colocar no papel as arenas do Mundial e palcos famosos do futebol brasileiro, como São Januário (Vasco), Ilha do Retiro (Sport), Laranjeiras (Fluminense), Couto Pereira (Coritiba), Ressacada (Avaí) Moisés Lucarelli (Ponte Preta), Barradão (Vitória) e até a Rua Javari (Juventus).
Do Mineirão (primeira obra a ser concluída) ao Maracanã (último a ser finalizado), as 12 arenas da Copa estão prontas. Nos traçados, de acordo com o artista, influências do grafismo, da arte urbana e do mundo pop. As cores chamam atenção, dando vida às arquibancadas vazias. Algumas pinturas já foram divulgadas pela rede social Facebook, e o retorno, segundo Consentino, tem sido positivo. O que o deixa otimista para aquela que será sua primeira mostra fora da Baixada – o trabalho também será exposto nas cidades-sede do Mundial.
O trabalho é desenvolvido em parceria com a Movilcom, empresa que atua na produção de conteúdo para celulares e responsável pela distribuição do material, não só na plataforma digital. Segundo o sócio-diretor da companhia, Lupércio Conde Júnior, o objetivo agora é reunir parcerias que viabilizem as exposições.
– Você até tem artistas que desenham alguns cartazes ligados a esporte, mas não há quase ninguém que trabalhe especificamente com o futebol. O Paulo é essa exceção, por isso o contatamos. Registramos um endereço eletrônico, o site para abrigar as obras já está em produção, e estamos em conversações com parceiros, que deem condições para viajarmos pelas cidades-sede com a série das arenas. Já estamos traçando um roteiro – explica.
– O futebol é uma forma de arte, uma expressão artística. Quando se deixa a arte acessível às pessoas, a gente desmistifica a barreira entre ela e o povo. A produção cultural não tem de ser elitizada. Ao contrário. Cada vez mais, no mundo de hoje, a produção artística deve ser dirigida ao grande público. Arte não é algo chato, formal ou careta. Lidando com um tema apaixonante (futebol), é uma receita que tem funcionado – conclui Consentino.
G1
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