
Recuperar uma obra de literatura centenária ou mesmo um certificado atingido pela umidade, além de preservar informações importantes também ajuda a manter lembranças vivas. A Fams (Fundação Arquivo e Memória de Santos), que trabalha com o apoio da prefeitura no gerenciamento de arquivos públicos e memória da cidade, promove há 13 anos o trabalho gratuito de restauro e conservação de livros e documentos para munícipes e instituições.
Para isso é preciso procurar o Arquivo Intermediário (rua da Constituição, 62) de segunda a sexta, das 9h às 17h. O material será analisado e, se viável a recuperação, passará por um processo artesanal que pode durar de uma semana até meses, dependendo do seu volume e estado de conservação.
Neste ano, cerca de seis livros passaram ou estão em fase de restauro a cargo das profissionais Adélia Alcover e Solange Blanco. “É uma grande satisfação ver como um livro chega e depois assistir a pessoa o recebendo recuperado. Muitas vezes é um objeto de estima, que pertenceu a sua mãe, pai ou outro familiar”, destaca Adélia.
Osmair aprovou serviço gratuito
O farmacêutico bioquímico Osmair Peres, 68 anos, ganhou, há mais de 15, livros relacionados à área em que atuou. Mas só recentemente soube do serviço da Fams, que está recuperando dois deles: uma obra nacional de 1956 e outra de 1908, esta última produzida pelo governo francês.
“Para mim elas têm valor sentimental e resguardam as memórias da minha profissão. O atendimento é excelente e, se fizesse em uma instituição particular, seria quase que inviável”. A Fams não cobra pelos serviços, apenas solicita, quando possível, a doação de materiais utilizados no restauro, como colas, papéis e luvas.
Bíblia, cartas e livros históricos foram recuperados
Importantes obras e documentos históricos já foram recuperados pela Fams, a exemplo de bíblia de 1763, pertencente ao Museu de Arte Sacra de Santos, e documentos originais de Patrícia Galvão, entre eles cartas correspondidas com o escritor Oswald de Andrade, para o Centro de Estudos Pagu da Universidade Santa Cecília.
Outro destaque foi a restauração, em 2009, do livro de visitas especiais do hospital Beneficência Portuguesa, inaugurado em 1875 pelo imperador Dom Pedro II em visita à região. “Sem o trabalho da Fams, não teríamos condições de passar às novas gerações parte da história escrita do hospital e da história do Brasil”, afirma Ademir Pestana, presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência.
Dicas para conservar livros e documentos
Livros devem ser arejados (folheando ou correndo todas as páginas) pelo menos a cada 6 meses ou uma vez por ano; utilizar trincha (pincel) para remoção de sujeira ou poeira na capa e na cabeça (parte superior do livro fechado); não deixar livros expostos a luz direta (artificial ou solar) ou em paredes e estantes próximas a locais úmidos, como banheiros;documentos e certificados não podem ser dobrados nem receber fitas adesivas; o indicado é que sejam guardados entre folhas de papel alcalino ou neutro, a exemplo de papel sulfite, que devem ser trocadas periodicamente.
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