Por Fabiana Monti Audero
Ser estrangeiro na cidade de Santos é uma experiência boa.
A primeira sensação e de ser recebido com braços abertos, sorriso cúmplice e curiosidade de onde você vem.
E a medida que passa o tempo, essa sensação se complementa com movimentos solidários que vão dando o jeito do ritmo da cidade, como as ondas do mar.
Nesse olhar estrangeiro, a primeira referencia são os canais. Pontos de referencia da cidade. Obras de engenharia sanitária criadas por Saturnino do Brito, para livrar a cidade das doenças contagiosas.
Hoje separam bairros e praias, de sua orgulhosa orla, de más de 7 km.
Ser estrangeiro permite a maravilha de descobrir Santos a partir de suas ricas historias, seus personagens, sua natureza.
É serena e intensa, para morar e caminhar, e devolver o sorriso de quem quer que sua estadia na cidade seja a melhor.
A sequência do dia
E o que percebe o estrangeiro são os diferentes ritmos que têm a cidade. Quase em simultâneo com o mar que a rodeia.
A primeira hora do dia quando o tráfego de carros, motos e bicicletas é intenso, faça chuva ou faça sol. Tanto faz. O movimento não para, a cidade trabalha….
Logo chega a calma da manhã com os que se animam a caminhar em suas areias às vezes com lixo de quem esquece que é um lugar comum para cuidar e compartilhar.
O que chama a atenção é que a cada hora, as caminhadas, as aulas de ginástica e atividades esportivas formam parte da paisagem urbana.
Pela tarde quando o sol esquenta mais e a roupa da manhã já não faz sentido, começa o retorno das bicicletas, motos e carros, a partir das 18, o que indica que outra jornada laboral está terminando.
Vão ao sentido do pôr de sol, espetáculo natural e popular com ingresso livre…
Mas essa cidade não para. Pela noite os bares, os cinemas, as praias com seus bares têm espaço para o encontro.
Para quem não se encontrou durante semana, para namorar, para desfrutar do silêncio do mar.
A noite termina às vezes com um pouco de frio, mas não é impedimento para observar as estrelas principalmente as noites de lua cheia sobre o mar.
Outro espetáculo com ingresso livre.
Além do orgulhoso espírito santista de quem mora a cidade, a mistura de imigrantes espanhóis, africanas e portugueses faz que o estrangeiro se sinta parte de essas famílias misturadas. ´
Assim, definir Santos não é tarefa fácil: é mar, futebol, orla, urbanização e história. São vários olhares que podem ser contados como o ritmo dessa cidade que briga por uma identidade própria.
Além da grande metrópole, São Paulo, que sempre se sobressai.
Fabiana é jornalista argentina, mora em Santos onde atua como professora de espanhol.