O aviso do folheto em formato de leque distribuído na fila da balsa pode fazer com que os ânimos de alguns usuários do serviço fervam a partir do dia 15. Nesta data, entrarão em vigor as novas regras na faixa do embarque prioritário. A mudança foi proposta pela Dersa, empresa que opera o sistema de travessias de balsas entre Santos e Guarujá.
Está impresso no leque: “a faixa de prioridades existe para o embarque de veículos em situação de emergência. Idosos, gestantes, pessoas com deficiência, médicos, juízes, promotores, imprensa, entre outros, dentro de seus veículos, não possuem prioridade de embarque se não estiverem em real situação de emergência”.
A medida já causa desconforto, antes mesmo de começar a valer. Usuários da balsa já ligaram para a Redação de A Tribuna pedindo detalhes. É o caso do médico do trabalho José Miguel Hessing, de 68 anos, que mora em Santos e trabalha em Guarujá.
Pelos termos atuais do embarque prioritário, ele teria direito de utilizar a faixa preferencial (junto ao embarque de motos) por dois motivos: a idade e a profissão. No entanto, devido ao novo critério, Hessing perderá o privilégio após o dia 15.
Contrariado, o médico questiona: “Como ficam os idosos que terão de ficar parados nas filas longas durante os dias quentes de verão? E os carros que compram o embarque com hora marcada? Eles não atrapalham os carros de emergência?”, diz Hessing.
Agilidade
O presidente do Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, explica que os esforços da empresa visam reduzir o tempo de espera e otimizar o serviço de travessias por balsas.
Ele afirma que a concessão do acesso prioritário apenas aos veículos em situação de emergência fará com que eventuais atendimentos aconteçam mais rapidamente.
“Fizemos uma consulta e vimos que não há descumprimento de legislação. Os idosos, deficientes e gestantes, quando na condição de pedestres, têm acesso por catraca separada e prioridade na fila”, afirma Lourenço.
Ele considera que idosos, na condição de motoristas, não sofrem com o desconforto de aguardar na fila. “Se fosse assim, os supermercados e shoppings teriam de ter cancelas especiais para a saída facilitada (de veículos)”, justifica.
Sobre o serviço “Hora Marcada” (que permite acesso prioritário mediante compra de bilhete especial), Lourenço afirma que “os usuários do embarque com hora marcada não atrapalham os serviços de emergência. Eles têm a sua disposição um número máximo de 10% da capacidade das balsas por horário”, finaliza o presidente da Dersa.
A Tribuna