Cultura restaurada: Centro Português passa por reformas para preservar a história

centro portugues

Em 1895, surgiu o Centro Português de Santos, com o objetivo de reunir os portugueses que moravam na Cidade e manter viva as culturas literária, científica, profissional e social, além de honrar o tradicionalismo e amparar os portugueses mais humildes e desprotegidos.

Quem visita o local nos dias de hoje, percebe que a intenção de manter a cultura acesa continua. É possível encontrar na sede localizada no Centro, móveis de época, livros que contam a história lusitana, além de clássicos da literatura portuguesa, como, a edição de Os Lusíadas, do escritor Luís Vaz de Camões, dedicada a Dom Pedro II, pelo editor Emílio Biel. O livro encanta com suas gravuras feitas à mão e os detalhes em ouro nas bordas das páginas.

Um dos grandes atrativos do Centro Português é o seu teatro. Inaugurado em 12 de abril de 1908, o Salão-Teatro teve como solenidade um sarau-dramático-dançante, com o que mais havia de representativo da colônia portuguesa da época. Após alguns anos sem reformas, o espaço passa por uma restauração detalhada, que trará melhorias para que possa novamente, atender o público de Santos e cidades vizinhas.

História

O Corpo Cênico do Centro Português tinha como marca principal, o empenho dos amadores em manter a cultura de alto nível que a comunidade merecia. Com o tempo, a corporação evoluiu, revelando talentos no meio artístico.

No espaço, eram apresentadas peças dos mais renomados autores portugueses, além de prestigiados escritores brasileiros. Uma dessas apresentações foi do espetáculo Com amor não se brinca, de autoria de Epitácio Pessoa, que compareceu à estreia da peça, em 12 de maio de 1922.

As obras do teatrólogo português, Julio Dantas, também foram sinônimo de sucesso nas apresentações ocorridas no Salão-Teatro. A última produção de Dantas foi Outono em Flor, encenada pela primeira vez em junho de 1949 pela Corporação Cênica do Real Centro Cultural Português.

Em 1966, a sala de espetáculos passou a se chamar Júlio Dantas, em homenagem ao teatrólogo. E foi palco de grandes festivais de teatro amador realizados em Santos. Além de festivais de cinema, desde o início do cinema mudo.

Porém, a instituição passou por dificuldades financeiras e a única solução encontrada foi alugar o espaço do teatro para as empresas Cinematográfica Haway Ltda e Cinemas de Santos. O local foi alugado em 1979, por um período de 15 anos.

A solução para os problemas financeiros resultou também no fim da era cultural que predominou no Centro Cultural por décadas. O espaço chegou à decadência quando a empresa locatária passou a exibir filmes pornográficos e de baixa categoria.

Em 1989, a diretoria do Centro entrou com uma ação judicial para recuperar o teatro. A posse do Salão-Teatro Júlio Dantas aconteceu judicialmente em 11 de abril de 1994, mas com a entrega das chaves somente em 27 de janeiro de 1995, ano do centenário do Centro Português.

Restauração

Sob a presidência de José Duarte de Almeida Alves, não só o teatro Júlio Dantas, mas como outras salas do Centro Cultural passam por restauração. Em breve, o Salão-Teatro atenderá o público da região com apresentações culturais das mais variadas. A previsão é de o teatro esteja pronto em setembro deste ano.

O trabalho de restauração das paredes do prédio está sendo coordenado e executado pela artista plástica Andrea Naline e seu auxiliar Demontier Meireles.

Atualmente, o trabalho de restauração é desenvolvido no Salão Camoniano, que este ano comemora seu centenário na sede cultural. Em breve, as pinturas que abrigam as paredes do teatro e que foram cobertas na época em que o espaço estava alugado. Todo o custo da obra é financiado pelos próprios membros do Centro.
O Centro Cultural Português, está localizado na Rua Amador Bueno, 188, no Centro, e é aberto a visitação. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 3219-3079 ou pelo site http://www.centroculturalportugues.com.br.

 

Boqnews

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Restauro da fachada da prefeitura chega ao telhado do 4º andar

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A próxima etapa da obra de restauro da fachada do Palácio José Bonifácio, sede do Executivo santista, será a troca do telhado do 4º andar, programada para começar em 15 dias. Como acontece no telhado do 5º andar, já em fase de conclusão, a estrutura de madeira será trocada pela metálica, e as telhas voltarão a ser de barro, como eram originalmente.

Conforme o arquiteto Ronald do Couto Santos, da Secretaria de Infraestrutura e Edificações, responsável pela supervisão da obra, cerca de 20 homens trabalham em várias frentes.
A obra incluirá instalação de sistema de drenagem nos aparelhos de ar-condicionado para evitar gotejamento e manchas na fachada.

Após a recuperação e lavagem, o prédio receberá aplicação de hidrofugante, uma espécie de selador que protege das ações do tempo. O custo está orçado em R$ 3,2 milhões, provenientes do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias.

Centro de Santos conta com mais imóveis recuperados e restaurados

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Muito se fala no abandono de imóveis no Centro de Santos. Casarões que põem em risco a vida das pessoas por seu estado precário podem ser vistos em uma volta mais atenta pela região. Mas esse cenário pode estar mudando. Um estudo da Secretaria de Planejamento (Seplan) mostra que houve redução de 29% no total de imóveis deteriorados na área.

O levantamento também aponta que, entre 2006 e o ano passado, o número de imóveis fechados caiu 63%. Um exemplo dessa revitalização que está dando cara nova às ruas do Centro é o imóvel que fica nos números 96 e 98 da Rua General Câmara. Comprado em 2009 para ser sede de um escritório de advocacia, o novo proprietário adquiriu o edifício já com uma notificação da Prefeitura, recebida pelo proprietário anterior, para que se refizesse o telhado, que corria risco de desabar.

Com a reforma emergencial concluída, o atual dono, Gustavo Ribeiro Xisto, começou a pensar na recuperação total do prédio e entrou com pedido de isenções fiscais, dentro do programa municipal Alegra Centro. Foi aí que começaram as dificuldades. “Demorei quase um ano para ter o projeto aprovado pelo programa. Foi muito difícil conseguir as informações corretas nos órgãos públicos. Elas eram distorcidas, cada um falava uma coisa diferente”, conta.

Depois da aprovação, uma nova jornada começou com a obra. “Em Santos, apesar da necessidade, você tem carência de mão de obra qualificada para obras de restauro, e a que tem custa muito caro”, explica Xisto, que investiu cerca de R$ 1 milhão na obra. Mas essa reforma só foi possível porque ele e a esposa, a arquiteta Paula Pinto, abriram uma empresa para qualificar os profissionais envolvidos e oferecer esse serviço para quem pensa em recuperar um imóvel.

Hoje, essa iniciativa tem três obras em processo de aprovação. “Estou em busca de proprietários para mostrar que é viável preservar o antigo aliando com o moderno. Mas muitos ainda não conseguem enfrentar a burocracia e acabam desistindo”, afirma o advogado.

Interesse

Para o secretário de Planejamento, Bechara Abdalla Pestana Neves, o interesse em recuperar imóveis ainda é grande. Desde que o Alegra Centro foi criado, em fevereiro de 2003, a equipe técnica realizou quase 3.300 atendimentos. “Damos todo o suporte gratuito para os arquitetos que estão fazendo obras. Temos plantas, fotos antigas de muitos imóveis. Tudo para facilitar o processo”, explica Neves. Segundo a Secretaria de planejamento (Seplan), atualmente, 554 imóveis passaram por obras de recuperação. Destes, 332 conseguiram as isenções fiscais do programa.

No total, até novembro deste ano, Poder Público e iniciativa privada já investiram R$ 206 milhões na revitalização da região central da Cidade.

 

A Tribuna